Oficinas. Mecânicas. De baterias. De casa/carro. Tantas
foram. Tantas seguem sendo.
Partimos tendo passado por duas, e agora somam-se seis.
Tanto detalhe, peça, necessidade. Tanto gasto, tempo no Tempo...
E a gente de cá a ficar agoniada, a querer sair, partir,
pegar chão.
Agora de quatro rodas passamos para seis. O Tempo instável
demais nos consumia, e consome. A gente não sabe bem dele como não sabe bem da
gente. Ou busca saber.
Cá de dentro são quatro rotinas bagunçadas em uma só. A
gente desequilibra. Dói cair em si e perceber que adaptar-se é rota certa,
precisa, necessária. ´´Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um
dia....´´ Tudo passa, passará, passarinho, já disse o Quintana, o Mário. Anda a
passar.
E a gente rebola e embola feito parafuso fino. A gente busca
se adaptar com a realidade assim, bagunçada. Com as novas inexistentes rotinas.
Busca não perder a alegria em meio a tanto turbilhão.
A gente busca olhar para o mecânico e enxergar detalhe. Além
da roda, do parafuso, da graxa e do óleo. Busca curtir o hoje sem implorar pelo
amanhã.
Daqui da borracharia, dormindo ao lado do trator, a gente
busca se divertir e seguir a viver sonho.
Fazemos um bolo. Uma pipoca. Um café.
Fazemos uma foto. Um escrito. Uma canção.
Deixa cair a chuva na telha furada da oficina.
A gente busca não enlouquecer em realidade de solda
infinita.
Fotos por Nathália Miranda