quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Oficinas

Oficinas. Mecânicas. De baterias. De casa/carro. Tantas foram. Tantas seguem sendo.
Partimos tendo passado por duas, e agora somam-se seis. Tanto detalhe, peça, necessidade. Tanto gasto, tempo no Tempo...
E a gente de cá a ficar agoniada, a querer sair, partir, pegar chão.
Agora de quatro rodas passamos para seis. O Tempo instável demais nos consumia, e consome. A gente não sabe bem dele como não sabe bem da gente. Ou busca saber.

Cá de dentro são quatro rotinas bagunçadas em uma só. A gente desequilibra. Dói cair em si e perceber que adaptar-se é rota certa, precisa, necessária. ´´Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia....´´ Tudo passa, passará, passarinho, já disse o Quintana, o Mário. Anda a passar.

E a gente rebola e embola feito parafuso fino. A gente busca se adaptar com a realidade assim, bagunçada. Com as novas inexistentes rotinas. Busca não perder a alegria em meio a tanto turbilhão.

A gente busca olhar para o mecânico e enxergar detalhe. Além da roda, do parafuso, da graxa e do óleo. Busca curtir o hoje sem implorar pelo amanhã.

Daqui da borracharia, dormindo ao lado do trator, a gente busca se divertir e seguir a viver sonho.
Fazemos um bolo. Uma pipoca. Um café.
Fazemos uma foto. Um escrito. Uma canção.
Deixa cair a chuva na telha furada da oficina.

A gente busca não enlouquecer em realidade de solda infinita.


Fotos por Nathália Miranda

Nenhum comentário:

Postar um comentário