Foto por Nathália Miranda
Habitamos no sonho de muita gente.
E isto é algo estranho, descubro pouco a pouco a força.
Tanta gente a querer conhecer, viajar, ir... Tantas a só não fazer por isto,
por aquilo, por aquele outro... e fica lá o querer, estacionado. Aí quando
miram nossa morada param. Olham em contemplação e sorriso.
Temos visto nas paradas, nos postos, nos olhares... o
querer. O sonho neste nosso tempo-espaço-de-viver. ´´E por que não?´´ -
questionamos. Pois é, por que, por que...?
Engraçado que no Tempo conseguimos olhar quem está fora,
sendo que quem está de fora não enxerga, literalmente, quem de dentro do Tempo
espia. E ficam lá a mirar detalhe, a tirar fotos. E a gente cá, quase
escondidas, feito retina de olho. E aí vem gente a conversar, a querer saber, a
falar de vontades ou vidas.
Eu vibro. Gosto dos olhos em sorriso, encantamento; gosto
das histórias que desdobram do encontro com o Tempo. Vibro, cá habitando
escondida um minuto esquecido. Minuto, este, do querer ir. Do querer partida.
Do sonhar estrada. Ou da simplicidade, desapego, afeto, pequenez.
O que quero é isso, isso só: semear descobertas de que é
possível. De que sempre é possível; de que sempre se pode. É isso que venho
soprar: o sonhar. Por detrás das cortinas amarelas e floridas lanço fiapo de
vento, sopro.
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