Ela me deu um carimbo.
Mas foi bem mais.
Ela me deu tanto carinho
que transbordei.
Feito água de chuva que no chão mostra o céu, quando eu
disse que estava em Campinas ela veio.
Trouxe o carimbo;
Trouxe bolo de cenoura para o Timtim;
Trouxe seu olho lindo e brilhante a reluzir em Tempo.
Durou pouco o encontro
(pensando em tempo de relógio)
Mas bem mais durou
(pensando em tempo de profundidade, de marca funda,
saudade).
Nossa alma de andarilha se encontrou no caminho.
Reconheci ali – naquele olho, naquele carimbo esculpido à mão,
naquela risada -um profundo querer bem, quase que transcendental (ancestral?)
feito coisa de mundo todo.
Minha alma que roda roda peão de destino
Mostra estrada que geme em murmúrio e festa
E eu bailo.
Bailo este encontro
este carimbo
este olho que brilha brilha brilhante
feito coisa de sempre mais.
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