Chove no sertão.
Feito trégua, fiapo de rio.
Chove pouco, marcha lenta... mas chove.
Povo de cá bem sabe de chuva pouca, sertão. Barragem baixa,
sol ligeiro, falta de plantação. Povo de cá acostumou com secura, com água
miúda, com silêncio de céu.
Agora chove pouco, mas chove.
Vem feito benção, esta água a cair
len-ta-men-te
va-ga-ro-sa-men-te
feito carinho em abraço.
A inundar o nariz de cheiro de terra que agradece o céu:
chove. Pouco. Mas chove.
Agora parto para escola – dar oficina, trocar, mais
apresentações. Daqui a pouco, início da tarde, partimos para outro local: daqui
de Minas Gerais vamos para Bahia.
Tão certo que é sol voltar a rachar terra
é a gente a voltar a trilhar chão.
Fotografias por Nathália Miranda
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